AOS QUATRO VENTOS
AOS QUATRO VENTOS
O vento, por si só, é triste porque não tem cor
E sabe de sua importância para a existência,
Mas não se conforma com sua invisibilidade.
Tem hora que ele vem brando ou forte
Acaricia de leve as campinas
E, às vezes, não há quem suporte.
Na beira da praia ele sopra o prazer
Dentro de um jardim, mistura o cheiro
Da beleza sem igual, não impede o querer.
Na hora da despedida, traz a mensagem :
Que a saudade não vai acabar
Quem acaba de partir, parece miragem.
Tem vento bom de sol quente
Vento de uma noite fria e nas conversas
Com freiras, de repente, vento de convento . . .
Traz o cheiro do mar e o perfume das flores
Mexe com as árvores e brinca de empurrar
E no romantismo de ser, inspira os amores.
O vento cobre a face da terra
Levando as vozes e os cantos
Até os lugares mais afastados.
O vento sopra acima das montanhas
Modificando o clima das planícies
Ele nos incita aos movimentos.
O vento aproveita o ar
E leva o som das palavras
Proferidas quando amar.
Transmite o socorro dos desvalidos
Faz a montanha falar no eco das respostas
O vento traz o canto do galo e os latidos.
Por isso que , às vezes, ele se manifesta
E se torna tornado para mostrar a força
Precisamos falar isso aos quatro ventos.
Recife-PE, 28.04.2012