O SILÊNCIO DAS PALAVRAS (um poema de DALVA MOLINA MANSANO)
Virei um açude involuntário
e estanquei em mim as palavras.
Foram presas na garganta
como que cercadas em um cubículo
de cujas grades queriam fugir.
Calada a voz,
o coração disparou
e gritos sufocados
bramiam em meu peito!
Quedem, por favor,
para que eu dormir possa!
Em vão imploro
e arrastam-me elas
vertedouro abaixo...
desaguam meus olhos
e confluem com este rio...
palavras soltas,
comportas abertas.
Eis meu poema!
*
(Dedico este poema à amiga/poeta Tânia Meneses, pois AGORA entendi (perfeitamente) o que quis dizer com “pedir demissão do sofrimento de ser poeta” - com carinho)
* Dalva Molina, brava mulher, mãe, professora e poeta, grande é a minha alegria por ser festejada com a poesia. Agradeço muito a vc e a todos os que me agraciam com o sagrado presente dos versos. Feliz poesia pra vc e pra todos os poetas do mundo.