Tédio e tolerância

Vivia e morria de tédio a vida

Cada um a querer sua querida

Planejava-se vendo o sol raiar

Com o que à noite irá sonhar

Em tempo, sem passatempo

O ar colhido em cata-vento

Veio, e a trouxe sem convite

E veio até mesmo sem palpite

Tinha nos olhos um doce lume

Olhava o céu, ganhava o cume

Em seda, cabelos em desalinho

Alojou-se, como se em seu ninho

Ganhou uma roupa de cotidiano

Não se espera, e chega o parque

Sem porto, só um desembarque

Trouxe malas, com muitos panos

Ela, criou a bandeira da diversão

Não criou como rezava a religião

Botou o amor no lugar do tédio

E lá se amava a um preço médio

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 20/10/2012
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