Tédio e tolerância
Vivia e morria de tédio a vida
Cada um a querer sua querida
Planejava-se vendo o sol raiar
Com o que à noite irá sonhar
Em tempo, sem passatempo
O ar colhido em cata-vento
Veio, e a trouxe sem convite
E veio até mesmo sem palpite
Tinha nos olhos um doce lume
Olhava o céu, ganhava o cume
Em seda, cabelos em desalinho
Alojou-se, como se em seu ninho
Ganhou uma roupa de cotidiano
Não se espera, e chega o parque
Sem porto, só um desembarque
Trouxe malas, com muitos panos
Ela, criou a bandeira da diversão
Não criou como rezava a religião
Botou o amor no lugar do tédio
E lá se amava a um preço médio