Marina morre de medo de ser

O que existe

É fatiado e escondido

“Tenho olhos assustados

Pois nada faz sentido...”

O pássaro canta seu

Caminho com as asas

Joana chora pelo

Namorado, o café

Da manhã esfria

Na mesa da cozinha

“ Marina morre de medo

de ficar sozinha”

As mulheres contam

Casos, contam vantagens

Mostra em praça pública

Seu gosto de sexo...

E meu amor pela miséria

Me agrada e me destroi

Jogo firme, e nada escolho

Vivo assim: “que sujeito mole”

E sua bolça nova e cara

Não tem nada dentro...

Não se atém no sentido

De que tudo é ambíguo

Absurdo, Sem nexo,

Minha vida é vadia

Ando de bar em bar

E de amor minha pança

Descansa, não de barriga

Cheia, mas de falta-me esperança

A balsa atravessa o rio

Raso, de fato, muito raso

Com peixes falante, que

Susto esse instante...

E do lado de lá, que há?

Não sei, talvez o que tem

Aqui, mas se desisto e não

Chego lá, É difícil sorrir...

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 19/10/2012
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