Marina morre de medo de ser
O que existe
É fatiado e escondido
“Tenho olhos assustados
Pois nada faz sentido...”
O pássaro canta seu
Caminho com as asas
Joana chora pelo
Namorado, o café
Da manhã esfria
Na mesa da cozinha
“ Marina morre de medo
de ficar sozinha”
As mulheres contam
Casos, contam vantagens
Mostra em praça pública
Seu gosto de sexo...
E meu amor pela miséria
Me agrada e me destroi
Jogo firme, e nada escolho
Vivo assim: “que sujeito mole”
E sua bolça nova e cara
Não tem nada dentro...
Não se atém no sentido
De que tudo é ambíguo
Absurdo, Sem nexo,
Minha vida é vadia
Ando de bar em bar
E de amor minha pança
Descansa, não de barriga
Cheia, mas de falta-me esperança
A balsa atravessa o rio
Raso, de fato, muito raso
Com peixes falante, que
Susto esse instante...
E do lado de lá, que há?
Não sei, talvez o que tem
Aqui, mas se desisto e não
Chego lá, É difícil sorrir...