ATOR

ATOR

Todo ator deveria morrer atuando,

Se assim decorresse do seu desejo.

Se é que o artista genuinamente morre!

Deveria desencarnar no palco, atuando.

Diante desses cenários que compôs sua vida.

A merecer os aplausos da sua plateia.

Digna, e justíssima homenagem!

Ao descerrar o ciclo de uma nova vida,

Fechariam as cortinas findando o ato.

Os espectadores render-lhe-iam assim,

Justo preito, e ao aplaudi-lo o eternizaria,

Ali mesmo, no seu picadeiro!

Sob os holofotes dessas fantasias...

Diante daqueles memoráveis faustos e adereços...

Onde encenou toda uma existência!

Onde riu e chorou em nome do seu ofício.

A entender que a vida imita a arte.

Albérico Silva