A Inspiração

Ela é uma mina...

Se pura eu não sei

Sei apenas que o jorro

É um tímido filete

Que impedida a vazão

Alastra-se no chão

Sobrevoa a terra

Em estranho deleite

Minguante ou crescente

Inconstante ansiosa

É inquieta serpente

Bela e insidiosa

Em eterna agonia

Ela segue enfim

O rumo ignorado

Pelo tempo sem fim

A barreira é fardo

Em simbólica espreita

É pedra de barragem

Que na ordem se ajeita

Liberando a passagem

Do pequeno aguado

Que tudo que almeja

É o destino alcançado

Assim luta esse fio

Da simples inspiração

Água corrente de rio

Rompendo dimensão

Tímida chama no cio

Nas comportas da razão

Como um mágico pavio

De milenar lampião

Precisando acender

A luz de inspiração

Na mente do poeta

Que lhes dá atenção!

Maria Lúcia de A. Ferreira

02/03/2000

Marilú

Marilu Santana
Enviado por Marilu Santana em 01/08/2005
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