DUPLICIDADE

Eu te encontrei toda formosa

Mirando o mar ao amanhecer...

Sem pudor ou sem inibição

Rezei as prosas do meu ser...

Expus logo os meus limites,

Fiz menção a uma relação...

Outrora linda de ser vivida!

Agora flerte com um caixão.

Foi manual obrigatório para os amores.

Citada, até, como fonte de inspiração...

Pena que a rotina usurpou todo brilho...

Restando o gosto amargo da desilusão!

Bastou curto ser para o êxito alcançar,

As delongas só fazem a duvida florescer...

Anoitece, estou pronto a te encontrar...

Salve a exceção se tu não quiseres me ver.

Minha modéstia foi um obstáculo,

Tua presunção, calcanhar de Aquiles.

Um dia meu ostento vira espetáculo...

Ode em que a antagonista tu vives...

Sob a luz da lua fiz muitas promessas...

Que, com desonra, não as cumprirei!

Na presença do sol, tu conjugas verbo...

Que, pelo bem do teu ego, acreditarei.

Vigorosos e eternos amantes seremos...

Dos sofismas escancarados do prazer!

Compro-te com alguns falsos brilhantes...

Tu finges que chora se não venho te ver.

Viro uma marionete das tuas cobranças...

Por mais tempo, pelo status ou ocasião.

Reitero os fatos, avivo tuas lembranças,

Livro-me dos cordéis fazendo-te indagação...

Não vejo motivo para um ponto final...

Das bodas de prata faremos de ouro!

Enquanto os deslizes forem ocasionais...

Nos termos firmados e assim exposto.

Meu receio é o esplendor da lua...

Num lago refletir os meus latentes medos...

E, o sol, um amigo sempre generoso!

Apontar-te revelando nossos segredos...

Prefiro deixar-te ao romper da aurora...

É duro o conflito entre o amor e a razão!

O raciocínio implacável prima pela casta...

O coração eternamente louco vive de emoção...

Nos meandros escuros fadados às pedras

Ou na bela estrada larga do prazer.

Pétalas de rosas suavizam a caminhada...

Enquanto espinhos aguardam o anoitecer.

Adriano J Santos
Enviado por Adriano J Santos em 19/10/2012
Reeditado em 09/06/2013
Código do texto: T3940361
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