Covarde
Covarde
Saio do teu sonho
Sorrateiro
Sem alarde
Sem ruído
Sussurro pela ultima vez
"Eu te amo"
no teu ouvido
Deixo a porta entreaberta
Deixo uma lâmpada acesa
Jornais antigos
Fotografias
Restos de sobremesa
Fragmentos de versos
Poesias
Espalhados pela casa
Largados na mesa
Saio do teu caminho
Abandono a tua vida
Vou sozinho
Levo pouco comigo
Saio feito uma sombra
Um bandido
Um invasor em fuga
No meio da madrugada
E pra onde eu for
Onde quer que seja
Levo quase tudo
De quase nada
O tanto que o meu peito deseja