carne por dentro
O silêncio emborcado
Na parede do quarto
Vazava nos cantos
De lama e misericórdia...
Há um tufão revolto
Na baú que foi da minha
Vó, que guarda o passado
Nas cartas, nas roupas
Velhas, e no desgaste
De ver todo dia a mesma
Cara pálida que vem do
Dos outros quarto...
Dos outros tempos e da
Boca entristecida que
Fagocita a todo instante
Lembranças que me Consome
Nossa casa é rodeada
De chuva, de ódio, de
Incerteza e da proibição
De amar o que apenas
É amável, de esquecer
De como o trator nos
Arrasou os tecidos
Que cobria nossa carne
Por dentro....