É da bosta feder...

A cidade ferve dentro

Do prato de feijão,

Na toalha da mesa

No pote feito barro

Cru...e nos besouros

Que dão risada sobre

A bosta na calçada!

Que fede, que fede

Mesmo como bosta!

O sol que tinha vida

Secreta depois das

Seis, entregou-se

A beleza da noite,

Ao bêbado endividado

aos jogos de azar

E se abasteceu de

Angu e vontade...

E aprendeu mentir...

A ser grande no ângulo

Da boca quebrada do

Pote de barro...

E de roda as crianças

Cismam e se batizam

Nos arredores do amor...

As janelas, já velhas

E manchadas de des (cascas)

Regozijam com o cheiro

De vida que sai dos bueiros

Que se abeiram das calçadas

Que também fede bosta

Como toda bosta há de feder...

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 18/10/2012
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