Crime e castigo
Eu a esperava como a mãe espera o filho
Batia ponto na varanda todo dia
Só depois que a via linda e envolta em brilho
É que pra mim então começava o dia.
Ela era linda, parecia divindade
Que pele branca! Que olhos azuis!
Devia ter uns dezessete anos de idade
Ela era tudo, minha musa, minha luz.
Porém eu era um feito, já maduro
Eu a admirava invisível, calado
Pra mim aquilo era muito duro:
Amar alguém e me sentir culpado.
Que culpa eu tinha? Eu me perguntava
E me encantava seu lindo sorriso
Meu dia todo se iluminava
Aquela moça era meu paraíso...
Eu pensava só, comigo mesmo:
Menina, eu queria estar contigo...
Eu era um trapo caminhando a esmo...
Ficar sem ela era o meu castigo...