Quase morte


Atado em minhas memórias
o dia em que voei nos braços de Ícaro


Ainda sinto o vento cortando meu rosto...

Ainda lembro de minha quase morte,
do silêncio sepulcral na descida
Ainda sinto os calafrios na medula!

Alma em queda livre...                                      
                                    Caronte as margens dos olhos...

Ainda ouço o descompasso das ondas quebrando os ossos!
e sereias cantando vitoriosas o maná

A beira de mim, dorso curvado e entregue
Sorriam os medos ante as profundezas oceânicas,
cavando o túmulo de meus pensares

Ah morte...
Regozijando-se em espiral sobre meus arrepios!

Em pleno inverno do corpo,
absorvi letras aladas nos cântaros dos deuses

Desaguaram versos sob os dedos ensanguentados...

Emergi!



 
Denise Matos
DENISE MATOS
Enviado por DENISE MATOS em 18/10/2012
Reeditado em 18/10/2012
Código do texto: T3938937
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.