Fé, toda pra mim.

A fé é fogo de moenda,

franja generosa das entranhas do vento,

é medo, medo sem folegar, sem chegar.

Fé culatra paredes, empala desejos,

emerge, flui, descampa.

Fé é voz encorpada, olhos desvendados,

faz a cor corar, afaga e desaparece.

Seus encantos prantos onde estão?

Fé madruga nas soleiras da voz,

quando sinto respingo vida,

quando atraco esqueço de mim.

Sempre atada, desatada, desnuda,

abunda natureza, faz o ar entrar em transe,

disfarça, dissimula, mente.

Pouco chão resta na sua manha,

pouco ar sobrou dessa loucura,

nóia toda vida.

Fé é forte, muita sorte, cais.

Onde poderemos te ver, menina?

Agora não há mais boca, chega de fome,

tudo caiu em si, em mim, em ti.

Hoje o copo se encardiu dele mesmo, morreu.

Sacudo seus cabelos e nada sinto.

Fé, volta. Revolta. Solta.

Aonde quer que seja, seja.

Toda pra mim.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 18/10/2012
Código do texto: T3938784
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