ROSTO NOVO
Foi uma onda do mar em dias de calma
Suavemente tocando as pedras da praia
Lapidando-as com a calma da natureza
Moldando-as com a beleza das montanhas pelo caminho
Nem pedra nem água sozinho
No embalo suave de um canto da realeza.
E vem suave como um abraço
E tal qual a brisa do oceano me acaricia
Um rosto cansado do tempo e de ventos bravios
Sorriu ao por do sol que findava o dia
Que pela manhã outra vez começaria
Que nasceria a iluminar os montes e os sertões desbravados.
De corações quebrantados
Que às almas mortas e enterradas renascia.
E um vento suave impele as ondas
E bate nas pedras com a carícia dos anjos
E modela um rosto num rochedo frio
Antes vazio
Agora pleno
Não mais sombrio
Agora sereno
Não mais bravio
Agora ameno.