vômito morto
Bate forte, bate pé
Repetidas vezes,
O salão tem o chão
De café, no cheiro forte,
Do arroz bem temperado, da carne
Que cheira a cebola torrada, e alho
Quente ao óleo que grita na panela de barro...
A única verdade que encontre é essa
Da fome...de comida, de dormida,
De corpo, desse cheiro de gente nua...
A mulata astuta arrasta
A vontade da multidão...
“que balbúrdia essa vida”
E o salão festeja o dia
Quente... a porta entreaberta
Onde o tempo é uma pasta
Mole, desleixada, um calabouço
Antigo...que prega e fica impregnado
Nas coisas que a gente sente...
quem se importa mais
Com isso? é a frase da entrada
Que ninguém ler... por medo
Só pode ser por medo e nada
Mais...medo tosco de mostrar
O que é...simplesmente uma coisa
Básica, plastificada, uma fôrma
Que se repete dentro do infinito
Que não se acaba...coitado!
Tão bonzinho, tão alegre em
Ser assim...bobo...
e mulheres finas, finas?
Sei não...se veste de roupas caras
Passam batom, não reza na frente
Dos homens, do pobre ou do
Padre que usa saia, mas que no
Escuro pede benção ao diabo...
Pois acima de tudo, na estribaria
No sossego, sem o olhar do outro
O que importa mesmo é o desejo...
E todos vomitamos mentiras,
E todos fingimos...brigas? não
Mais, pois se a estrada não muda...
Mudarei de estrada, pois essa mentira
Torpe não faz parte de minha vida,
Meu camarada!
isso não passa de vômito,
vômito morto...