POMPA E CIRCUNSTÂNCIA

POMPA E CIRCUNSTÂNCIA

Quanta pompa

Quanta circunstância

Quanta importância

Para logo ouvir dos céus as trompas

Somos tão pequenos finitos

Fragmentos de grãos de areia no universo

Perdidos no grande infinito

Uma letra num verso

E vomitamos arrogância

E desprezamos os semelhantes

Somos suprema ignorância

Como nunca fomos dantes

Estamos agora a brincar de Deus

Como se fossemos herdeiros seus

Julgamo-nos o suprassumo

Quem sabe até o prumo

Esquecemo-nos da partida

Que sempre está garantida

E que no buraco na terra

Os vermes estarão em guerra

Extinguir-se-á a carne putrefata

Ao final sobrarão ossos

Que serão destroços

Dos pseudo aristocratas

Ao pó estaremos voltando

Ao ossário a sobra misturada

E os grandes sábios retornando

Ao ser absolutamente nada

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 17/10/2012
Reeditado em 17/10/2012
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