POMPA E CIRCUNSTÂNCIA
POMPA E CIRCUNSTÂNCIA
Quanta pompa
Quanta circunstância
Quanta importância
Para logo ouvir dos céus as trompas
Somos tão pequenos finitos
Fragmentos de grãos de areia no universo
Perdidos no grande infinito
Uma letra num verso
E vomitamos arrogância
E desprezamos os semelhantes
Somos suprema ignorância
Como nunca fomos dantes
Estamos agora a brincar de Deus
Como se fossemos herdeiros seus
Julgamo-nos o suprassumo
Quem sabe até o prumo
Esquecemo-nos da partida
Que sempre está garantida
E que no buraco na terra
Os vermes estarão em guerra
Extinguir-se-á a carne putrefata
Ao final sobrarão ossos
Que serão destroços
Dos pseudo aristocratas
Ao pó estaremos voltando
Ao ossário a sobra misturada
E os grandes sábios retornando
Ao ser absolutamente nada