Dois mundos

Enquanto uns cospem

Outros engolem seco

Um gosto amargo

Uma lastima caída

Recolhem em si

A esperança perdida

De toda sorte contida

No azar sorridente

E nesta terra ardente

Deste planeta hábil

Mora a incerteza

Da fé não amada

Tantos que cantam

Que sofrem em pranto

Numa festa sem fim

Num riso aparente

Outros que oram

De pecado em pecado

Num sonho alado

Devaneio, senil

Neste mundo duplo

Sentidos em êxtase

De um lado o sagrado

De outro o profano

Entre a vida capital

E a morte divina

Resta só a dúvida

Tão suave e mortal

Será que no fim

Cada palavra e ação

Farão a diferença

Entre os dois mundos?

Enquanto uns rezam

Outros tantos fornicam

Ambos sem rumo

Na certeza do risco

Eder Ferreira
Enviado por Eder Ferreira em 17/10/2012
Código do texto: T3937272
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