[Estrelas Frias]
[Numa certa manhã, pensamenteando na cama fria ...]
Faz tempo, faz muito tempo
que eu não me deito de costas
para contemplar a noite estrelada;
faz tempo que eu não ando
de skate entre as estrelas,
meu universo agora é cinza fria;
faz tempo que eu não jogo um laço
nos braços do Cruzeiro do Sul
para fazer-me um balanço mágico!
Mas o pior, o pior mesmo
é que faz tanto tempo, mas tanto tempo
que eu não me deito costas para ver
luzirem as estrelas de teus olhos
quando tu vens sobre mim,
assim, ávida, louca de amor...
Faz frio, muito frio agora...
não só a cama, os lençóis,
mas até as estrelas são frias!
No meu olhar sem norte, só o espanto —
as estrelas do meu tempo
são todas mortiças... mortas!
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[Desterro, 16 de outubro de 2012