[Estrelas Frias]

[Numa certa manhã, pensamenteando na cama fria ...]

Faz tempo, faz muito tempo

que eu não me deito de costas

para contemplar a noite estrelada;

faz tempo que eu não ando

de skate entre as estrelas,

meu universo agora é cinza fria;

faz tempo que eu não jogo um laço

nos braços do Cruzeiro do Sul

para fazer-me um balanço mágico!

Mas o pior, o pior mesmo

é que faz tanto tempo, mas tanto tempo

que eu não me deito costas para ver

luzirem as estrelas de teus olhos

quando tu vens sobre mim,

assim, ávida, louca de amor...

Faz frio, muito frio agora...

não só a cama, os lençóis,

mas até as estrelas são frias!

No meu olhar sem norte, só o espanto —

as estrelas do meu tempo

são todas mortiças... mortas!

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[Desterro, 16 de outubro de 2012

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 16/10/2012
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