LAREIRA

Ante à lareira

teu corpo magento;

o carmim das brasas

coadunam com teus lábios.

À lenha rutilante

teu corpo todo se aquece;

e este frio

penetrando as frinchas

traz à casa silêncio e arrepio.

Pode haver uma lua

lá fora,

sobre as araucárias,

sobre os eucaliptos.

A madrugada, no entanto,

aqui dentro,

vagarosamente se transforma

num poema.

Enzo Carlo Barrocco
Enviado por Enzo Carlo Barrocco em 16/10/2012
Reeditado em 16/10/2012
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