LAREIRA
Ante à lareira
teu corpo magento;
o carmim das brasas
coadunam com teus lábios.
À lenha rutilante
teu corpo todo se aquece;
e este frio
penetrando as frinchas
traz à casa silêncio e arrepio.
Pode haver uma lua
lá fora,
sobre as araucárias,
sobre os eucaliptos.
A madrugada, no entanto,
aqui dentro,
vagarosamente se transforma
num poema.