OS RIOS TURBULENTOS

OS RIOS TURBULENTOS

Antonieta Lopes

Carrego os rios fundos, turbulentos

D’alma em conflitos, câmaras estranhas,

Onde moram robalos e piranhas,

Águas negras rolando os meus tormentos.

Mirabolantes grutas, barulhentos

Torvelinhos de espumas e artimanhas,

Cascatas a cair, vozes tamanhas

Querendo dominar meus pensamentos.

Cascateio, despenco, estabilizo,

Sem sair do limite a mim imposto,

Marcado vivo por um falso friso.

Ninguém lê as procelas no meu rosto,

O claro espelho limpo, sem ser liso,

Esconde e afoga os traumas do desgosto.

Antonieta Lopes
Enviado por Antonieta Lopes em 15/10/2012
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