Morte do Poeta

Outros cantem o amor, com seus versos fúnebres.

Eu, poeta e vivente, cantarei os dissabores e o ciúme

Outros façam versos tristes e saudosistas

Eu farei versos tortos e linhas ambíguas

Outros chorem procelas,outros exaltem mazelas

Eu, pobre sonhador, nada tenho para chorar.

Farei estrofes curtas, versos simples, palavras sinceras e canto modesto.

Outros falem da musa, comparem a flores e acalentem amores.

Eu, que não tenho quem me ame, abraçarei o violão

Outros professem verdades, chorem as vaidades e critique quem seja.

Eu, que nada sou além de brisa, não critico, não calunio e não disputo brigas.

Outros se obriguem a ser feliz, façam e façam, passem por cima

Eu serei sempre pobre infeliz, vivendo cada dia, cada nova dor e cada triste tormenta.

Carol S Antunes
Enviado por Carol S Antunes em 15/10/2012
Código do texto: T3933200
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