Morte do Poeta
Outros cantem o amor, com seus versos fúnebres.
Eu, poeta e vivente, cantarei os dissabores e o ciúme
Outros façam versos tristes e saudosistas
Eu farei versos tortos e linhas ambíguas
Outros chorem procelas,outros exaltem mazelas
Eu, pobre sonhador, nada tenho para chorar.
Farei estrofes curtas, versos simples, palavras sinceras e canto modesto.
Outros falem da musa, comparem a flores e acalentem amores.
Eu, que não tenho quem me ame, abraçarei o violão
Outros professem verdades, chorem as vaidades e critique quem seja.
Eu, que nada sou além de brisa, não critico, não calunio e não disputo brigas.
Outros se obriguem a ser feliz, façam e façam, passem por cima
Eu serei sempre pobre infeliz, vivendo cada dia, cada nova dor e cada triste tormenta.