Os olhos desertos dos manequins
Hoje é dia de coisa alguma
Talvez de perder tempo
E de não saber de medidas
De pesos, menos ainda
Resta um espetáculo deprimente
De metodismo e figuração
De toda aquela gente
Cujos ideais descansam em sacolas
Sordidamente
***
Com toda a alegria e mais que prestigiada, incluo a esta página os doces versos de IVONE GARCIA:
Tal qual uma estátua
Inexpressiva se postou
Famélico corpo
Abraçando um imaginário pedaço de carne
Sente o seu estômago revirar
Autofagia?
Na alma o nauseabundo o odor
Esquálidas pernas
Improvisam uma carreira
Atraiçoa-lhe o altíssimo salto
Contundente ferimento
Sangue humano povoa o sepulcral cenário
Queimor flagrante
Contrastando com a gélida morte
De mais uma mulher
Transformada em um modelo de cera!