DE REPENTE
De repente minhas lágrimas se fundem
Retidas no entusiasmo escorrem pela voz
Deliram sempre no meu grito algoz
Nada mais importa embora amores redundem
Se o fumo triste e lento sobe ao céu
Eu entrego-me a um amor tão tóxico
Que desconfigura um maldito léxico
Onde derramei rosas e também véu
Quando de mim lamúrias descarregam
Vem o arco-íris que resplandece sobre mim
Adio fuga para esquinas solitárias no jardim
Onde tudo acabou mas dores ainda esfregam
Mas do brilho destas montanhas
Olhos confundem fastios horizontes
Que distorcem sonhos perto de fontes
Onde todos andam atrás de piranhas...
Benguela, 13/10/2012.