DÚBIA RELAÇÃO: SIM E NÃO

Eu olho pelas janelas
Que a vida me dá
E nada vejo
Que valha a pena
De fato vejo apenas
O concreto e o abstrato
Em extrato
Entre as cinzas do cinza
Singrando
O horizonte
Cavalgando nas nuvens
Como arcabuzes
Feito capuzes
A deslizar
A destilar
A desfigurar
As cruzes
Da autoflagelação
Nos evasivos vacilos
Da soberba supremacia
Em reciproca antropofagia
Na dúbia relação
Entre os revezes do sim e do não.

Zaymond Zarondy
Enviado por Zaymond Zarondy em 12/10/2012
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