No Hospital com a dor

“... Começou de repente

Com uma dor constante

que não queria parar.

E eu tentei aquentar

o quanto eu podia...”

Tentei de todas as formas

Lembrar o que aconteceu

Na noite que amanheceu

Na manhã daquele dia.

A dor...

Que dor tão doida

Que mesmo escondida

Fez-me tanto sofrer.

Fez-me lutar como nunca lutei

Fez-me chorar

E em silêncio eu chorei...

“... Estou preso numa cama.

Mas, não queria sentir a agonia

de tanta dor se espalhando.

Eu deveria era estar gritando

mas, mal consigo falar...”.

“... Eu preciso é ir embora

E acabar com o sofrimento.

E não esperar pelo momento

que tudo deverá terminar...”

““... Vivo com essa dor intensa

Que me dominou e me condenou a ficar deitado.

E, agora, paralisado sentindo revolta.

Com raiva dessa dor que vai e que volta...”

Pode parecer estranho, mas, a culpa é toda minha.

E, disso, eu tenho certeza,

Pois quando a tristeza me transformou

Minha vida parou

E então a dor surgiu me consumiu

E meu mundo acabou.

“... A noite é sempre tão longa

Escura, silenciosa e fria.

Mas, mesmo quando é dia.

Não consigo encontrar a paz...”

“... Poderia ser no mesmo instante.

Na mesma hora que agora.

Mas, acho que essa demora.

Vai demorar um pouco mais...”

Mas, naquele mesmo dia.

Quando, enfim, anoiteceu.

Foi quando tudo mudou.

Meu corpo inteiro esfriou

E a dor, por um momento, eu consegui esquecer.

E agora me sinto tão bem.

Posso seguir meu caminho

Que mesmo feliz e sozinho

Sem dor eu já posso morrer...

No Hospital de Macapá, sendo acompanhante de um “tio” pós-cirurgia. Auxiliando outros pacientes .Listei relatos dos mesmos naqueles dois dias .Naquele leito e pelos corredores do Hospital, onde parecia prevalecer somente a dor sem fim para eles, pela madrugada inteira.

Sétimo Filho
Enviado por Sétimo Filho em 12/10/2012
Reeditado em 18/10/2012
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