A ESPERA

No teu misterioso solo de cetim

Caminharei feliz feito criança

Cavalgando em pelo a esperança

Iludindo a dor, fingindo ouvir o sim

Atravessei só o seu mundo

Em planos plenos especulei

Na solidão dos descaminhos a devorei

Prazer simplório, sombrio e vagabundo

Mansidão, candura doce e bela

Quem dera fosse mera fantasia

Tão duras e infindáveis espera e nostalgia

Dessa descomunhão entre meu sonho e o dela

Mas, navegarei até o fim

Os rios e mares da emoção

Mesmo sabendo que os frios vales da razão

Abrirão inevitáveis e invisíveis abismos no jardim.