E a Lua Virou Sol

Num dia de poucas razões,

e desencontros aparentes,

quando sobras de querer

morrem na soleira da porta,

a Lua, no de repente,virou Sol.

Foi um dia sincero até certo

ponto.

Daquele que nos faz

jugo de tudo,faz até

perder

os caminhos e trilhos!

Já não sei explicar

tantos inícios precipitados

e fins inacabados.

A vida ia assim,de mansinho,

fazendo de meu espírito

lavratura de terra árida.

Já não sei outorgar

a vesta ao rei

sem fadar com a rainha

que lastra puresa

suspeita.

Foi o dia que a Lua virou Sol

bateu de pronto,

cada um rodando de luzes,

cada um brincando

de fazer duas vidas

numa só.

Foi ai que a Lua virou Sol.

E se digo assim

é porque de sobras

me atiçam

gotejos mágicos,

- sobras da Lua e

do Sol -

que agora me fazem dono

de um reino luminoso

que só ela,

Maria,

sabe

existir.

José Kappel
Enviado por José Kappel em 25/02/2007
Código do texto: T392780
Classificação de conteúdo: seguro