da varanda
Da varanda o vento sacode
Os cabelos das mangueiras,
eu digo amém, Sem desespero,
pois o amor eu encontrei no
que antes era besteira...
No vôo do pássaro,
Na sacudida do vestido
No abraço animado
Nas corridas dos meninos...
No cheiro da cozinha,
Na folha do quintal
No berro da vaca
Das cria do curral...
Quando era criança eu vi
O mundo num fixo rutilar
Eu fui crescendo e vi tudo
Mudando, todo dia transformar...
Já não sei o que é importante
Pois quando me dou conta, algo
Some num instante, e se tento
Pousar, logo volto para o céu,
Pois o algo era um farsante...