do outro lado de lá

A alegria no rosto da terra

Nos bicos do vento

Na fuça do sol,

Nas algemas do meu quarto

É feita de sombra e simulacro

Fingimento e divertimento

É sim é não, talvez, sei não...

Não tem certeza, ilusão!

E muito muito pouco

O sentimento de perdão...

Não sei quem sou, não sou

Rico, nem doutor, nem homem

De grande saber, sou apenas

Eu... eu sozinho e o amor...

Trazido nas cangalhas desse

Jumento que escreve, que

Junta palavra e palavra

Até desfalecer a carne

Eu me ajeito assim, nesse

lago do inferno, nessa terra

Sem santo, sem destino, desespero...

Acreditando que amanha,

Tudo na terra é igual,

E que meus pés andarão sem

Que ninguém me faça mal....

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 11/10/2012
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