do outro lado de lá
A alegria no rosto da terra
Nos bicos do vento
Na fuça do sol,
Nas algemas do meu quarto
É feita de sombra e simulacro
Fingimento e divertimento
É sim é não, talvez, sei não...
Não tem certeza, ilusão!
E muito muito pouco
O sentimento de perdão...
Não sei quem sou, não sou
Rico, nem doutor, nem homem
De grande saber, sou apenas
Eu... eu sozinho e o amor...
Trazido nas cangalhas desse
Jumento que escreve, que
Junta palavra e palavra
Até desfalecer a carne
Eu me ajeito assim, nesse
lago do inferno, nessa terra
Sem santo, sem destino, desespero...
Acreditando que amanha,
Tudo na terra é igual,
E que meus pés andarão sem
Que ninguém me faça mal....