Sou poeta...

Sou poeta

Sou poeta...e o sofrer é o meu estigma.

Subjetivo como o horizonte riscado no hipotético azul

Sou o enigma nas entrelinhas dos tortos versos,

Eu sou o dito e o não dito...

Sou a rima, pobre ou rica...

Sou o inverso e o incontroverso...

Sou o compasso e o descompasso da vida,

o sofrimento, sou a aberta ferida,

a dor, a inconstância e a inquietude.

Sou a folha em branco de onde emerge a poesia

Rabiscos obscuros de sentimentos tersos.

Sou a matéria...sou os ouvidos da alma...

...escriba de um universo,

... receptáculo do que a dor dita...

Sou instrumento da palavra.

Sou o poeta que versa a vida.

Sou o que dói, sou o que morre...

por qualquer causa...em qualquer dia.

Aquele que não tem regras,

quem a vida versa com maestria,

sem medos e com verdades.

Sem métrica, sem motes...

Quem expõe a vida sem cortes,

sem molde, sem régua e sem paradigmas.

Sou poeta...e o sofrer é o meu estigma...