AS TREVAS DA GUERRA
AS TREVAS DA GUERRA
Perde-se o encanto do zelo pela vida
Extravasa-se o uso do ódio... E gargalha
Lamenta-se a ausência da saudade
Cai-se no manto do esquecimento
É forte a ação da tristeza
Os bosques volvem-se sepulcros
A guerra torna-se a musa da existência
Fantasia e realidade: ambas ferem
Fazem-se profundas as trevas
Contrai-se o peito em longos suspiros
Não tem como fugir da desdita
Consome-se em agonia a alma
É certa a queda no indefinido vazio
Não se escreve o nome das coisas
De nada resolvem os comentários
Acaba-se por aceitar a morte
(maio/1989)
P. S. Escrita em função de tantas guerras travadas por nada, na época.