O RIO DE MINH'ALMA

Sou como um rio:

Às vezes sou água corrente,

Corre limpa e cristalina, feliz, contente!

Às vezes sou perigosa cachoeira,

Cuja brutal queda d’água leva tudo para fundo poço,

Qual meu mau humor: faz-me sentir em fundo poço!

Às vezes sou silencioso e profundo poço de água parada,

Nele há riqueza de peixes, para a felicidade do pescador,

Como os momentos de silêncio profundo de minh’alma,

Quando a riqueza de meus pensamentos produz belos poemas

E os mais importantes projetos para minha vida!

À vezes sou poço de lodacenta água parada,

Que afasta para longe os alegres banhistas,

Mas que em sua solidão produz lindas flores,

Como minh’alma que prefere a solidão

Para pensar a vida e produzir belos poemas reflexivos!

Às vezes sou alegre corredeira de águas cristalinas,

Onde os banhistas e grupos de piquenique escolhem para brincar felizes,

Como minh’alma quando está sorridente e feliz,

Facilitando a aproximação e a convivência com as pessoas!

Mas, se as águas do rio, após percorrer seu leito, fundem-se ao oceano,

Perdendo sua individualidade, tornando-se o próprio oceano,

Eu, após percorrer meu caminho na Terra, com minha individualidade

Preservada, vou para “outra morada na Casa de meu Pai”.

Manoel de Almeida
Enviado por Manoel de Almeida em 10/10/2012
Código do texto: T3925410
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