Por caminhos e túneis

Veja:

Há vida a percorrer os túneis!

Veja:

Há vida vagando pela casca,

rastro de pele morta,

da serpente que ascendeu!

Se há vida,

cante!

Se há vida,

dance!

Faça tudo por mim!

O deus do submundo

é apaixonado pela vida,

apesar de ser um deus de mortos...

É ele quem me dá a mão.

Ora deus, ora seu barqueiro,

a guiar a barca de Isis.

Cante com o coração,

deixe a emoção fluir com o verbo!

Cante! Escuto-o a dizer.

Como cantar enjaulado?!

Aí percebo o plano,

o cartesiano plano da jaula.

É só um ponto de referência,

algo para me localizar,

localizar aos pontos

do que sou, do que correlaciono.

Expando, expando, expando ao infinito...

Agora, forma e conteúdo,

tudo, tudo, tudo abarcado,

como um.

Continuo fragmentado,

a cantar,

a pulsar,

a vibrar,

mas agora sei

cantar, pulsar, vibrar,

uníssono ao Infinito,

Nun lugar profundo da alma,

Nun não-lugar em mim.

Saberei fazer isso ao voltar?!

Baco Diphues
Enviado por Baco Diphues em 09/10/2012
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