Por caminhos e túneis
Veja:
Há vida a percorrer os túneis!
Veja:
Há vida vagando pela casca,
rastro de pele morta,
da serpente que ascendeu!
Se há vida,
cante!
Se há vida,
dance!
Faça tudo por mim!
O deus do submundo
é apaixonado pela vida,
apesar de ser um deus de mortos...
É ele quem me dá a mão.
Ora deus, ora seu barqueiro,
a guiar a barca de Isis.
Cante com o coração,
deixe a emoção fluir com o verbo!
Cante! Escuto-o a dizer.
Como cantar enjaulado?!
Aí percebo o plano,
o cartesiano plano da jaula.
É só um ponto de referência,
algo para me localizar,
localizar aos pontos
do que sou, do que correlaciono.
Expando, expando, expando ao infinito...
Agora, forma e conteúdo,
tudo, tudo, tudo abarcado,
como um.
Continuo fragmentado,
a cantar,
a pulsar,
a vibrar,
mas agora sei
cantar, pulsar, vibrar,
uníssono ao Infinito,
Nun lugar profundo da alma,
Nun não-lugar em mim.
Saberei fazer isso ao voltar?!