Angústia
Tinha sede.
Porém não era da doce água.
Escorria em meus dedos
A transparência,
O nada.
Tinha fome.
Desta fome que não descansa.
Uma ansia, um desejo
Presos na garganta
Tinha vida
Aquela do querer
Vontade de quebrar as mendicâncias
De vociferar até entender
Do renascer da morte,
Das cinzas do não ter.
Tinha pressa
De que tudo isto findaria
Esta inapetência em sofrer
Esta falta de remêdio,
Que o mundo parece padecer,
Enquanto almas morrem
Antes mesmo de nascerem
Por que as entopem do querer
Satisfazer.
Assim caminho
Angustiada
Diante dos descaminhos
da desconstrução
Pela família
Pelo mundo
E a vaidade que corta fundo
o de mais profundo
no ser.