DO QUE NÃO QUERO

Não quero mais este medo,
os céus, as eternidades inúteis,
se aqui sou refém do degredo,
cativo entre verdades fúteis.

Não quero mais o degredo
que afastou de ti meu coração
e construiu tal triste enredo
de um homem só, sem perdão.

Não, não serei eu do mesmo jeito
outra vez. Serei antes o desconcerto,
a surpresa do possível e ser refeito
num protesto, numa coragem, num acerto.

Haverá, por certo, em mim, um outro mundo,
feito de vontades e uma sobra de estrela da manhã
a ficar. Um resistência, um fazer profundo,
um gesto, um toque, uma frase que não seja vã.

Sem o medo, serei capaz
de amar, como da primeira vez,
num ingênuo estado de paz,
sem amarras, sem porquê nem talvez.

Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 08/10/2012
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