O QUE VEM DAS CINZAS
O QUE VEM DAS CINZAS
Na mitologia grega, Ícaro renasceu
Sobreviveu, tornou à vida,
Veio cheio de energia.
Deixou que o fogo o queimasse, consumisse,
Para que o antigo sofresse a transformação.
Devemos nos deixar queimar, arder
Não só para o novo que surgirá,
Mas para nos deixar livres
De velhas e usadas asas.
Nosso novo voo
Será em outras planícies e montanhas,
Um novo objetivo aos nossos olhos
Novas cores se deslumbrarão a nossa frente.
Seremos Ícaros não só no conceito
Mas na fisionomia,
No bater de asas,
No grito de independência
Na suavidade do voo.
Uma nova geração de Ícaros, de Poseidons,
Que na ânsia da transformação
Abrirá o segredo da vida renovada,
Da emoção de pulsar o coração
Para que a seiva da vida
Abra novos caminhos.
Bradaremos hinos ao novo,
Empunharemos espadas de libertação,
Romperemos elos que aprisionaram sonhos,
Seremos mãos que acodem, que socorrem.
Teremos vozes que clamam, que chamam
Que reivindicam um novo canto
Um novo sonho de amor.
Seremos belos e narcisistas da beleza do próximo,
Da caixa de Pandora
Sairá Medusas com centenas de ideias,
E das asas de Pégasus,
O voo triunfante sobre nossas cabeças
Espalhando a boa nova.
Ícaros! Levantem-se!
Batam as asas para que as cinzas do resquícios
Se percam ao sabor do vento
Que desabrigam antigas folhagens
Onde a umidade favorece fungos nocivos.
Di Camargo, 08/10/2012