VIPERINO

Liberta víboras famintas pela voz...

Olhar fulmina em flecha aguda, feita em brasas...

Os pensamentos, águias voando ao léu, sem asas,

a prepararem iminente ataque atroz...

As mãos trucidam esquilinhos delicados

de crença amena, de florido em mundo em paz,

dos inocentes que não sabem do mordaz

de intuitos seus, letais venenos cultivados...

O coração, recinto escuro de paredes

que espremem tudo em tenebrosa ação motriz,

produz o visgo das gomosas teias, redes

nas quais se cola todo aquele que o desdiz....

Assim tornou-se o bruto servo da ignorância,

que procurou guarida, um dia, na arrogância.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 08/10/2012
Código do texto: T3921821
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.