Sem medo do amanhã
Nesse chão de água díficil
No pé rachado grande é a dor
Solo com fendas feito teia
Machuca o lamento do meu sertão
Meu povo que sofre, mas que acredita
De caminhada dura e longa
O sol forte fecha os olhos
E a fé abre o sorriso
Da oração que pede um pingo
Seja pra molhar ou pra morder
Mas que não deixe perecer
O fio da esperança de viver
Sem medo do amanhã.