LIRÍSMO
Minha alma ainda vaga sobre a serra,
buscando a poesia lírica incrustada na solidão,
os meus pés tocando a terra, os olhos na imensidão.
Ao longe serpenteia a cobra de ferro sorrateira,
um místico império se ergue em terra estrangeira.
Migalhas de um tesouro tangem a alma,
e o povo se aquieta, tudo acalma.
A poesia brada no vazio sombrio da amplidão,
e corre sem rumo e sem direção.
Toda a arte desnorteia na descrença,
e vai burlando os jardins da indiferença.
Mas na praça os artistas mandam ver,
seguem unidos na esperança de vencer.
A arte resistindo impregnada,
vai deixando rastros pela estrada.
Saulo Campos- Itabira MG