NOITE ALERTA

arranco das veias abutres dementes

pelos caminhos tortos dou de cara na ferrugem do portão fechado

mensagens perdidas levam embora guantanameras ilusões

na sucumbência dos reinados criminais

porque a princesa se mostra putana

e a navalha é podre

malgrado o homicídio obedeça agenda

estou vazio de sonhos demônios

mas nem por isso bebo chopp à beira-mar

amores arrependidos celebram amizades cafajestemente eunucas

escolho a incorreção do cachimbo e o vento gelado meu último amigo

diz a que veio mostrando o lado sombrio da terra do nunca

nada confesso a única herança deixo ao sol na canção derradeira

vilipêndios ecoam nos becos

aonde ando agora a nova seita celebra mortes infames

voz nenhuma denuncia a grandeza do pobre

aonde ando agora que a noite é o único refúgio

aonde ando agora que a vaca foi p'ro brejo

não é da conta de quem perdeu brio e cobre

aonde ando agora

trabucos nas costas aniquilam aventuros

aonde ando agora na esgueira da última demora

meu vulto antagônico salpica brasas

na noite alerta da solidão que rosna