A Experiência de Quem Ainda Não Viveu

Alguns momentos,

Olhar um ponto fixo

A cabeça nos joelhos

Braço abraçando as pernas

Levanta a face

E começa a pensar

A tristeza e o lamento

São a culpa em seu lugar.

A culpa a qual o único motivo

É o reflexo no espelho

É encontrar no pensamento

A vida do desespero

A corrida pelo egoísmo

A incrível cegueira do ser

Que não resistem em mim viver

Mas existe uma face

Que de mim não sai

Pois, se sair, a esperança em mim

Também se vai.

E ela grita:

PÁRA, CHEGA

QUE O PESO SENTIDO

SEJA O PESO DO AR,

NÃO DA CULPA DO TAMANHO DO MAR

Mas o ar também é esmagador

Isso é o que aumenta a dor.

E então voltam os movimentos

Cerra os olhos

Engole seco

Encharca o rosto

Abaixa a cabeça

Imagina o abismo

E vai.