ALIENADOS DO NÃO...
No esgoto
Esgotado
Cheiro de ralo
Canta o galo
Tempo impermanente
Insondável mistério
Pessoas mudam
Trocam de cascas
Cíclicas
Recicladas
Fabricas de gemidos
Eructações de hipocrisia
Hálitos pueris
Puta que partiu
Inferno de bestas
Não cortam arestas
Vivemos de frestas
Catando letras
De Cassiopeia
Que quer dizer
Que se destaca
Nas palavras...
O tempo
Transforma tudo em vazios
Cios descartáveis
Somos matéria prima
Irmãos e contramãos
Se atraem se repelem
Na alquimia
Deste cão maldito
Cérbero
Fechando as portas
Do inferno
Não quero
Não posso
Não pode
Não dá
Não e não e não!
Condenados a escuridão
Do eterno não
Que ronda
Na classe social
Burricidas delirantes
Fatias paridas
De um monstro
Chamado
SISTEMA
Anátemas
Venenosíssimos aracnídeos
Quiméricos e ilusórios
De uma trama de hipocrisia
Que faz latejar a alma vazia
Na rotineira alienação
Crucificados
No calvário
Do dia-a-dia.