ALIENADOS DO NÃO...

No esgoto

Esgotado

Cheiro de ralo

Canta o galo

Tempo impermanente

Insondável mistério

Pessoas mudam

Trocam de cascas

Cíclicas

Recicladas

Fabricas de gemidos

Eructações de hipocrisia

Hálitos pueris

Puta que partiu

Inferno de bestas

Não cortam arestas

Vivemos de frestas

Catando letras

De Cassiopeia

Que quer dizer

Que se destaca

Nas palavras...

O tempo

Transforma tudo em vazios

Cios descartáveis

Somos matéria prima

Irmãos e contramãos

Se atraem se repelem

Na alquimia

Deste cão maldito

Cérbero

Fechando as portas

Do inferno

Não quero

Não posso

Não pode

Não dá

Não e não e não!

Condenados a escuridão

Do eterno não

Que ronda

Na classe social

Burricidas delirantes

Fatias paridas

De um monstro

Chamado

SISTEMA

Anátemas

Venenosíssimos aracnídeos

Quiméricos e ilusórios

De uma trama de hipocrisia

Que faz latejar a alma vazia

Na rotineira alienação

Crucificados

No calvário

Do dia-a-dia.

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 06/10/2012
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