Tolos numa comédia diagonal
É um truque de mágica, o que faço,
saindo de uma sepultura art-deco,
num frio branco com luz indireta.
O próximo encontro com meu reflexo,
dirá que todas as coisas escritas no peito,
com estilete e rugas próprias do tempo,
são apenas insistência exagerada,
por causa de uma tarde sem o que fazer.
E você gritará em meus ouvidos, em pânico,
enquanto repreendo seus modos deselegantes.
O seu passado consiste na estranheza,
no perigo que habita os arroubos de amor,
na turbulência de não se saber manter no jogo.
Relembre o temor pelas coisas invisíveis...
Meus sapatos ficam agora num canto, esquecidos,
pois passei a amar as danças que se fazem descalças.
Eu e ela, ela e todo mundo,
podemos fazer tudo correr mais rápido que a decepção,
que o desapontamente anunciado num biscoito da sorte.
Sou um garoto-problema,
clamando pela audiência,
jogando em todos os times,
ocupando todas as zonas,
e esvaziando significados.