Auto-estima
Me olho no espelho e nunca gosto do que vejo
Sinto a angústia da fixação
Penso em mitos e religião
Vivo me escondendo do que quer o coração
A qualquer momento desfila a perfeição
Vem estonteante, dilacerando minha visão
Alva nuvem que passa com um suspiro longo
Me testa, me mede, me põe no chão
Crê que é ternura o que pressente em mágoas
Mas te vejo mesmo é em falsidade pura
Abaixo a cabeça pra não idealizar
Que mesmo neste mundo a vida é particular
Ando por aí a observar as calçadas
São mais belas e cheias de curvas que aquela
Pra quem eu implorei ser amada
Não quis que viesse me martirizar
Com seu rosto porcelana sempre a me encarar
Todos os dias, na rua, na banca, no bar
Me dá um medo da calma que exala sem forçar
Porque eu não sou assim
Quando saiu de perto de mim
Não foi segurança o que eu acho que senti
Palavras que soaram quase obscenas
Linda, inteligente, interessante, interessada
Valores desconhecidos no fundo da alma
Desculpe se eu não entendo o que você fala