Auto-estima

Me olho no espelho e nunca gosto do que vejo

Sinto a angústia da fixação

Penso em mitos e religião

Vivo me escondendo do que quer o coração

A qualquer momento desfila a perfeição

Vem estonteante, dilacerando minha visão

Alva nuvem que passa com um suspiro longo

Me testa, me mede, me põe no chão

Crê que é ternura o que pressente em mágoas

Mas te vejo mesmo é em falsidade pura

Abaixo a cabeça pra não idealizar

Que mesmo neste mundo a vida é particular

Ando por aí a observar as calçadas

São mais belas e cheias de curvas que aquela

Pra quem eu implorei ser amada

Não quis que viesse me martirizar

Com seu rosto porcelana sempre a me encarar

Todos os dias, na rua, na banca, no bar

Me dá um medo da calma que exala sem forçar

Porque eu não sou assim

Quando saiu de perto de mim

Não foi segurança o que eu acho que senti

Palavras que soaram quase obscenas

Linda, inteligente, interessante, interessada

Valores desconhecidos no fundo da alma

Desculpe se eu não entendo o que você fala

Lâmia Brito
Enviado por Lâmia Brito em 06/10/2012
Código do texto: T3918656
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