O luxo da ideia
Escrever à mão
o luxo da ideia
não é moderno,
por isso digito,
grito verbo virtual.
Legal seria
se fosse eterno.
Nem sempre o terno,
sempiterno traje
perdido no ultraje
do esquecimento,
recusa cimento
que o fossilize,
nem pá de cal
que o tranque
em corpo inerte.
Diverte o verme
que lhe rói
a narina.
Afina,
carcome mais,
até transformar
em obra-prima
esquelética,
sem carne
e sem ética
essa imagética ruim.
E o fim da feiura
faz de ser pó.
Assombrado?
Pois fique calado,
parado de estátua
que te dou um aviso:
não te dou cavalo alado
quiçá conto açucarado
de contento e deleite.
Deite meu amigo,
seu umbigo evaporou,
só sobrou a memória
que te conta
esta história.