Burroughs

Sr. Burroughs esteve à maioria do seu tempo olhando para a ponta dos seus sapatos...

Quase que imóvel!

Junky! ( Drogado)

Senhor William...

De sua maquina de escrever um poema se ilumina

Deixa-se acertar em cheio.

Cada batida datilografando, frases e cenas.

cut-ups!

Os olhos te acertam com cuidado nas coisas belas da vida

A gravidade abandona a sustentação de tudo e eu flutuo

Sem orbitas.

Para dentro de tuas palavras!

Cantam ao redor de te na força do Yagé

Alguns nativos sul-americanos

Burroughs não entende nada

Não compreende quão infinito é o homem dentro de se mesmo.

O alcaloide da bebida te mostra à realidade magica da floresta

Ele tenta se descrever no infinito da mente que transborda.

Mais palavras não podem revelar nenhuma experiência mística

Burroughs caro poeta Burroughs

Quase não consigo traduzir seus poemas para minha língua.

As chamas das palavras continuam acesas...

O seu cigarro o seu baseado ainda continua aceso!

Na poltrona em New York

Feliz mesmo sabendo que nunca terá heroína suficiente para ficar tão mal

Suas armas são a continuação de suas histórias

Mais sombrias mais ocultas

Saindo do cano de uma Colt 45

Seus pesadelos são uma poesia contada com todo o pânico

Sua homossexualidade

Sua bolinha de haxixe!

Sr. W. Burroughs seu infinito é tão claro além das portas fechadas da mente.

Além dos limites de consciência previstos por lei!

Sua poesia se agride dentro de nós

Nos afeta o efeito pratico de tuas frases

Percorro toda sua desvalorização da lucidez

Sou antes de tudo um entorpecente agindo com efeitos nocivos.

Burroughs...

Sua vida confessa você

Sua poesia não morre esta além tumulo

É a totalidade dos meus sentidos!

Sua posteridade esta escrita nas sociedades modernas cada vez mais modernas.

Sempre tentando fugir da realidade

Escondidos do mundo com o sangue alterado

Ou escondendo no sangue as alterações do mundo.

Atrás das paredes decoradas das casas sonhando com morfina...

Com ervas daninhas e substâncias sintéticas.

Com palavras e ideias tão distantes e tão abissais

Que não se governam de imensas.

Perfuram o tumor inflamado de nossa ordem

Pois a justiça continua cega!

Mais suas mãos sabem tatear aguma vantagem.

Não posso viabilizar meus pensamentos que parecem conter

Uma perdição santa...

Eles melhoram de acordo com a injustiça!

Um tiro se ouviu saindo da direção do poema

Na noite escura

Incendiavam-se as luzes das viaturas nas paredes negras

Nenhuma sinceridade por aqui

Na mente humana...

Sutilmente transformada!

Outro valor!

Herança dos nossos pais.

Real contravenção Burroughs, seus poemas se perderam de minhas tardes!

Mais a vontade de escrever que era sua

Ficou em mim meio que dividida!

Num impulso e num ar queimado de fumaça.

Meus pobres pensamentos conseguem se isolar numa frase

E tantas frases pensam

Parecem ter luz própria!

Ou simplesmente se iluminam como uma cidade à noite!

Você parece sempre cansado para comungar comigo

As palavras.

Dígitos organizados culminantes com mundos desajustados

Pesadelos e delírios...

Sem líricos elementos.

Chapado é quando não sabemos o que fazer

Nada está creditado a mim!

Pois deixo-te mesmo que distante caro poeta Burroughs.

Esta poesia com o teu nome, como uma flor que murcha sobre a lápide.

Palavras!

Mudas palavras sobre pétalas coloridas.

Partindo no perfume

Na cor de todas as tardes.