Arabesque presque lent





Os jogos nunca se acabam em valores absolutos.
Mas é verão e as promessas continuam,
as mãos continuam produzindo leis,
e os sentimentos são só os dos momentos encontrados.
E tudo o que tenho a dizer, quando tudo está calmo,
é que todas as coisas existem apenas para se acabarem,
e todas as formas de pretensão se recolhem à certeza
que todos os fracassos têm de si mesmos.
Salve-me. Mas de que?
Um fantasma atravessa paredes,
se oculta em corpos que não dizem nada,
e estes, tornam-se as roupas erradas.

Então deixe a fala à parte,
pois o silêncio é o tempo ganho,
enquanto envelhece a convicção.

Sobre títulos de nobreza e terremotos,
sobre verdades e enganos induzidos,
tudo foi feito para tornar-se a pílula do amanhã,
um azar para se esmagar sob os pés feridos,
ou um sedativo para se engolir enquanto apenas há tolerância.


EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 04/10/2012
Reeditado em 04/10/2012
Código do texto: T3916451
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