BURACO NEGRO 2

BURACO NEGRO

Às vezes acordo com muito medo,

Olho para o relógio ainda é cedo;

Queria ter escolhido a via da esquerda.

Pois o da direita me trouxe a sua perda.

Às vezes acordo com muito pânico,

Rezando para Deus que é magnânimo;

Queria ser apenas a minha cadela,

Ou um lazarento preso numa cela.

Em dias de medo, de pânico ou fuga;

Por mais café que tome sou tartaruga,

Pelo buraco negro sou arrastado.

Nesses dias me sinto ameaçado.

Tento controlar meu gênio explosivo,

Pois ele deixa o dia menos produtivo.

A todo o momento penso na borboleta

Ou de como partir voando do planeta

Nestes dias de buraco negro eminente,

Sou tudo de asqueroso até sou gente,

Esqueço que tenho uma asa quebrada,

Que estou na Terra para ter a asa consertada.

André Zanarella 20-02-2012

André Zanarella
Enviado por André Zanarella em 04/10/2012
Reeditado em 16/08/2018
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