Future Sounds







Última alma vivente de um deserto neon,
digo:
Você que compõe essa canção de amor,
posso ver a mim mesmo pela sombra,
me confundindo na areia iridiscente.


O que restou da raiva e das telas de Manet?
Quando o inverno atômico chegar,
nenhuma arte poderá salvar,
nenhuma prece poderá curar.
Quando as crianças finalmente se forem,
quando pararmos de nos reproduzirmos,
em cópias desiguais e em sensações escritas,
aí  será novamente o acaso,
aglomerando moléculas e mutações acidentais.
Não seremos mais humanos.....

Enquanto caminho, sou a última alma vivente,
até que de minha sombra que mancha  as dunas
não sobre sequer saudade.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 04/10/2012
Código do texto: T3915698
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