Ecos silênciosos

Estrelas diurnas são teus olhos.

Mansamente espalhados sobre meus rumos

Uma casa se precipita a cair do morro!

Nossos telefones tocam o dia inteiro!

E seremos sempre um fugindo do outro por nossas

Entradas e saídas.

O mundo não melhora mesmo!

Só ouço o sangue clamando

Meu desgosto sempre terno aflora de uma vez

E por fim deixo você desaparecer dos meus olhos terrestres para sempre.

Triste é sonhar!

Correr atrás do impossível...

Querer partir com a ganancia nos olhos.

As palavras carregam o peso do amor!

E se fundem comigo.

Elas carregam a alma do poeta.

Suas frases mais que a continuação...

Do sol acendendo em outra parte sempre nascendo e se pondo

Na relva e no mar ou sobre a alma!

Uma frase feita por sobre ladeiras. Entre as frestas da tarde

Uma casa erguida cheia de silêncio no abandono

Sem alma pensando lá dentro.

Uma chuva de mim que te procura!

Uma tarde em mim que não acende mais.

Nuvens ,pensamentos que mudam constantemente!

Palavra que domina o sentido do profundo

Pousa e se vai.

Neblina no telhado!

Deixem que não se segurem mais nuvens escuras e que elas desabem

Sobre tristes horizontes.

Paragens, grampos olhares escutam ventos...

Escutam chuva de folhas.

Rodas de samba

Tiros no morro!

Um campo florido de cruzes

Encerra meus olhos

Pessoas com lágrimas no olhar

Esquálidos céus abrigo das alturas

Doces pássaros que planam em tuas capas de vento

Suma palavra, bela frase imaginada!

Uma canção ferida pousa em nossa alma despedaçada

Descansa na corrosão de outros destinos

Saudades que nos acompanham.

Dentro de mim eu quis apagar todas as promessas que me pertenceram

E que jamais puderam durar.

Lembro-me de que não posso esquecer.

Sou sempre este eco limitado ao silêncio

E intransponível ao sentido.

Miro no espelho tudo que mudou dentro de mim...

E vejo um sorriso externado nos lábios

Sou apenas um impulso elétrico

Que se governa por pequenos pensamentos

Eu preciso sonhar para fingir que a realidade

É um fantasma absurdo.

Preciso dizer para mim mesmo em pensamentos

Que estou passando e que vou passar.

Sou terminantemente mortal.

Sinto-me sem o mundo

Precisamos de pequenas palavras para escrever grandes coisas!

Como grãos enchendo uma saca uma mão trabalhando seu oficio

E o tempo é de ferro

Move-se para lá e para cá

O homem é apenas um crepúsculo

Uma canção uma história entre duas datas feita de uma estrela e de uma cruz sobre a lápide

Esquecimento!

A solidão dos campos

O bar, a algazarra, os amigos!

Um pedaço da noite num longo beijo

Outros dizem muito e voam para sempre

Sem tempo ou distância sem espirito sem nada

A poesia não acompanha os pensamentos

Sou uma migalha de mim

Perdida na escuridão da noite.

O amor é duro reflete contra nossos olhos

E ficamos cegos

E depois que choramos abrimos os olhos

E as palavras são para sempre a substâncias de sua essência.

As poesias são os caminhos

Abertos para todas as rotas

Numa noite magra o frio dorme sobre a pele.

Um dia de cada vez para falar em você

Preciso das flores

Elas enlaçam sonhos na fumaça de suas vestes

Preciso da lucidez das palavras para morrer em outras preces

No solo de outros campos que desbotaram

Frases delgadas e imensuráveis.

Florestas silenciosas naufragadas na bruma da manhã.

fim dos meus ecos sobre os dias.